domingo, 17 de agosto de 2008

Seja bem vindo. Ou não.

E pra você leitor casual, que por alguma sacanagem do Google acabou parando aqui nesse Blog, se fodeu, não tenho a mínina idéia do que vou falar, tô mais sem assunto que puta em almoço de família, então acho que vou narrar o meu dia maravilhoso.

Acordei animado com um esquema marcado no finalzinho da semana, almoço (feito por mim) em casa com duas convidadas loiras bonitas e agradáveis. Acho que poucas pessoas acordam com uma perspectiva de dia tão bom. Infelizmente, ainda precisava chegar em casa antes de começar a ficar animado com o futuro. Dormi na casa da vovó por morar longe e querer economizar em gasolina, mas só com o que gastei com metrô e ônibus já teria pago a maior parte do combustível. Tomei coragem e saí da cama, arrumei e peguei a trilha pra casa.

Chegando em casa exausto tudo que eu queria era dormir na minha cama agradável e quentinha, mas tinha de arrumar a casa praquelas malditas, oras, aonde já se viu marcar pra profanar a casa de alguém num Domingo (como a vida ficar mais negativa quando se está com sono). Enfim tudo pronto pras estrangeiras resolvi tirar aquele cochilo malandro antes de dar a hora combinada. Mas não é que o maldito do meu pai anunciou o carro pra vender hoje no jornal? E o pior, o pilantra sai de casa e não me avisa nada do negócio, então obviamente tive que falar a mesma coisa pras 15 pessoas que conseguiram me acordar sincronizadamente a cada 5 minutos: "o carro foi roubado ontem e a polícia disse que os bandidos poderiam ligar aqui pra pedir o resgate ainda hoje, quer negociar o preço?". Só que o meu pai sovina anunciou num jornal tão vagabundo e carnicento com uma clientela ligeiramente suspeita que duas pessoas ficaram perceptivelmente preocupadas "não sabia que era teu carro chefe, desculpa qualquer incômodo".

Problema do telefone resolvido e sem a menor vontade de me empenhar novamente em dormir, fui dar uma adiantada no almoço, mas não tinha nada preparável na cozinha, nem um Miojo nem granola e muito menos arroz. Mas dá pra superar, sempre posso dar uma disfarçada e servir uma comida velha na geladeira. Não é que justo nesse dia eu encontrei toda a comida que tinha sobrado do dia dos pais? Meio relutante, joguei tudo fora e fui no mercado comprar alguns quebra-galhos. Depois de preparar todo o almoço, só faltavam as meninas ligarem pra eu ir pegá-las no local combinado (no caso o metrô, é incrível como serve como ponto de referência).

Todo alegre, apareço com um sorriso de orelha a orelha pra ser recepcionado por uma minguada loira desacompanhada, se bem que por outro lado isso significaria um aumento signicativo nas chances de sairem uns amassos, então posso conviver com isso. Voltamos pra casa, esquentei a comida, sempre tirando umas casquinhas entre os intervalos possíveis. Logo almoçamos, eu doido pra curtir um pouco do agradecimento pela comida e a guria me inventa de lavar a louça. O que em outras oportunidades poderia ser uma experiência altamente sexual, acabou tornando-se um ode à broxada com uma guria que tem vocação pra tiete de igreja crente com todo o repertório dos últimos 50 anos da igreja decorado. Quando finalmente consegui ir pro sofá ficar abraçadinho, não consegui encaixar em nenhuma posição agradável com ela, então inexplicavelmente fiquei com a cabeça na perna dela recebendo um cafuné, e juro, minha mãe tem um cafuné mais sexy que o dela. Pra piorar ainda tive que levá-la embora pra não se atrasar pro culto. Maldito culto, será que eles ensinam como fazer cafunés à moda da vovó?

Já triste voltei pra casa (apartamento), que pra só pra piorar meu dia desativaram um dos eslevadores pra conserto ou algo do tipo. Tive que compartilhar o espaço já escasso da caixa com uma senhora e seu carrinho de compras, o qual eu só fiz pra descargar a consciência e ir dormir em paz, afinal o que mais poderia dar errado não? Ah, mas quando menos se esperar, surgem as piores merdas. Acho que a senhora deve ter gostado do meu perfume ou confundido minha educação com alguma coisa mais sacana, ficou me olhando, me elogiando, perguntando o que eu faria mais tarde, se não queria ir tomar um café com ela ou algo mais. MEU JESUS, eu ainda estou com medo de dormir e sonhar com esse "algo mais".


E pensar que o ponto alto desse do meu dia ridículo foi um flerte com uma velha que tem idade pra ser neta da Hebe. Mas eu sou decidido e firme, não flerto com velhas. Não depois da última experiência que tive.



Escrito ao som de Zé Ramalho, Nirvana e Oswaldo Montenegro.